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terça-feira, 13 de setembro de 2011

PÁGINA IV


ESTRAGO NA NATUREZA PROVOCADO PELA M. SOL

Moradores do Acuruí estão preocupados com vazamento de rejeito da mineradora M. Sol
Um cano explodiu e o material químico altamente toxico, danificou a area do Rio de Pedra em Acurui
Na madrugada de segunda-feira, 29 de agosto o cano que joga rejeito na barragem da mineradora de ouro Msol, pertencente ao grupo canadense Jaguar Mining, atingiu o córrego Paciência, em Itabirito. Após, uma semana do acidente ambiental, nossa reportagem esteve no local, em Acuruí na terça-feira, 06 de setembro e encontrou trabalhadores da mineradora fazendo barragens para contenção do material no córrego. Tivemos acesso ao relatório da empresa em que a mesma afirma que, o tempo de vazamento foi de aproximadamente 3 horas e o volume lançado aproximado de 270 m³ de material no córrego. Conforme relato de alguns moradores, que não quiseram se identificar por medo. Muitos trabalham na empresa. A Msol teria disponibilizado um caminhão pipa com receio de contaminação da água do balneário. No relatório da empresa, a mesma afirma que "disponibilizou a partir do dia 30 de agosto 180.000 litros de água potável para abastecimento dos reservatórios do Clube Rio de Pedras localizado na margem do lago da barragem." Para o Médico Raul Damásio Ribeiro de Castro proprietário de umacasa em Acuruí, a maior prova da gravidade do acidente é a disponibilização de caminhões pipas para o Clube "Em conversa com um técnico da Copasa ele constatou uma elevada quantidade de cianeto. A resposta da Copasa foi que não chegou a Belo Horizonte a contaminação. Mas a minha preocupação é com os moradores que utilizam a represa para pesca, criação de animais e irrigação das plantas. Foi despejado material contaminado no córrego. E a maior prova que eles (Msol) estão preocupados com o ocorrido, foi à disponibilização de caminhões pipas para o balneário que usa água da represa para encher as piscinas." Ressalta o médico. Foi constatado também a mortandade de peixes no trecho atingido pelo rejeito.  A preocupação do médico e do sindico do condomínio Lago do Acuruí, Rodolfo Ribeiro Leite é que fatos como ocorrido no dia 29 de agosto, são constantes por parte da mineradora. "Há seis anos que a mineradora está na localidade, e são inúmeros acontecimentos, assoreamentos por jogar dejetos na represa. Em 2008 a empresa tomou uma multa de R$ 20 mil e nada foi feito. Não sei se empresa pagou ou não. Mas o material continua depositado na represa. Quero saber até quando poder público ambiental vai continuar sendo complacente com eles (Msol) e aplicando multas irrisórias e dizendo que eles estão dentro da lei. E eles continuam degradando o meio ambiente." Disse o sindico. Em 30 de julho de 2010, também foi encaminhada, uma denúncia para secretaria de Meio Ambiente do Estado de Minas Gerais sobre ações da empresa.  Com relatórios em mãos o médico e o sindico no dia 08/09 última quinta-feira, entraram com uma ação no Ministério Público. Os moradores se mostraram preocupados com omissão da mineradora, segundo um morador, eles não foram informados de nada "ficamos sabendo do ocorrido, porque pessoas que passaram próximo ao córrego viram como estava a água, turva e espessa. Se não fosse a observação dos moradores, poderíamos ter utilizado a água contaminada sem saber." Falou um morador.   Em conversa com trabalhadores da mineradora, fomos informados que houve falha humana. "O supervisor do turno da madrugada deveria ter trocado uma peça, que deve ser trocada pelo menos três vezes por dia, porque o material é corrosivo. Ele (supervisor) assumiu o erro e foi mandado embora. Mas, não há perigo, os peixes que morreram eram pequenininhos, não aguentam muita coisa." Relatou o trabalhador.  O engenheiro de processos da Msol, Luiz Henrique Gonçalves Araújo, descartou que o rio tenha sido contaminado. "O cianeto que nós usamos é inertizado. Estamos fazendo toda a recuperação do local. As denúncias são improcedentes", rebateu. A Companhia de Abastecimento de Minas Gerais (Copasa-MG) informou que análises feitas no afluente do Rio das Velhas não apontaram nenhuma contaminação nas águas que abastecem a Capital.

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